quinta-feira, setembro 18, 2008

Hoje "As Velhas", amanhã "A boda dos pequenos burgueses"

Cada vez seremos mais. Velhos. E, cada vez – espera-se – com mais saúde e menos maleitas. O aumento da esperança de vida – a par da diminuição da natalidade - tem revelado também um dos mais prementes desafios das sociedades do bem-estar: como manter esta população que exige e reclama direitos.
Os serviços para a assistência à velhice – desde os cuidados médicos ao turismo sénior – têm conhecido, nas sociedades mais ricas, grande desenvolvimento.
Em Portugal, os velhos – sobretudo elas, as viúvas – ainda se confinam, em grande parte, ao aconchego – mas, por vezes, à solidão – das suas casas. Até que, um dia, a situação de fragilidade – física, emocional ou intelectual – se expõe, em toda a sua crueza.
E, quando não existe família – ou esta se ausenta desta aparente responsabilidade – a situação faz do velho - ou da velha – uma ilha, rodeada de problemas por todo o lado – à qual o Estado - que somos todos nós - tem dificuldade em responder atempada e condignamente.Escrevi AS VELHAS bebendo das mulheres determinadas, corajosas e criativas que tenho conhecido ao longo da vida. Esta é a primeira obra do Projecto IDADE MAIOR - que a arte pública tomou em mãos – numa zona geográfica – o Alentejo - caracterizada, exactamente, pelo envelhecimento da população.

Foi hoje, dia 18, que “As Velhas” de Gisela Cañamero, pelo Arte Pública, de Beja, viram o palco.

Amanhã há mais. Soir Joaquim António D’Aguiar, 21h30: “A Boda dos Pequenos Burgueses”, de Bertolt Brecht, pelo Grupo Cénico da SOIR Joaquim António D’Aguiar, que é como quem diz, pela equipa da casa.

Comparece!